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EBITDA

A empresa é um sistema aberto que processa os recursos disponíveis para gerar bens e serviços, por ser um sistema aberto ela é influenciada pelo meio ambiente que esta inserida. Para garantir a existência da empresa, à utilização dos produtos gerados tem que ser superior ou pelo menos igual à utilidade dos recursos consumidos. Assim o valor dos produtos gerados e entregues ao mercado constitui a sua receita, o valor dos recursos para geração daquele mesmo produto constitui o custo da produção. O excesso da receita sobre o custo e as despesas é o lucro da empresa, chegando desse modo ao tradicional indicador de desempenho empresarial.

 

A dinâmica dos negócios hoje tem motivado a agilização dos gestores na tomada de decisões, o que passou a exigir medidas modernas de avaliação do desempenho das empresas. O uso de outros indicadores de desempenho passou a ser importante para identificar pontos fracos e prejudiciais à eficiência e eficácia empresarial, merecendo destaque um indicador de desempenho da atividade empresarial EBITDA, que passou a ser adotado por volta de 1997, dentre alguns fatores para sua adoção a desvalorização da moeda o real, e alta taxa de juros que ultrapassou os 45% a.a.

 

Com o uso do EBITDA, as empresas passam a chamar a atenção para o fato de que, apesar da possível ocorrência de eventos desfavoráveis, melhoraram o rendimento operacional. Portanto, o EBITDA se revela como um indicador capaz de demonstrar o verdadeiro desempenho da atividade operacional. É sobre ele que irei discorrer, buscando proporcionar ao leitor uma melhor compreensão do seu uso e conceito.

 

EBITDA (ou LAJIDA)

 

EBITDA (Erning before interest, taxes, depreciation and amortization) é um termo importado dos balanços americanos e aqui no Brasil pode ser traduzido por LAJIDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). O EBITDA consiste num poderoso indicador de desempenho financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes das atividades operacionais da empresa. Engloba todos os componentes operacionais e desta forma compreender grande parte da receita auferida e despesas incorridas. Quando falamos em parte, é por que, o EBITDA leva em conta o desempenho operacional e deixa de lado o chamado resultado financeiro. Portanto, o EBITDA mensura o potencial operacional de caixa que o ativo operacional de uma empresa é capaz de gerar, não sendo levado em consideração o custo de eventual capital tomado emprestado, e nem computadas as despesas e receitas financeiras, os eventos extraordinários e os ganhos ou perdas não operacionais, as despesas com depreciação, amortização e exaustão.

 

Em que consiste o EBITDA

 

Para melhor compreensão, utilizaremos uma DRE – Demonstração do Resultado do Exercício simplificada, abaixo demonstrada:

 

Demonstração do Resultado do Exercício

RECEITA DE VENDAS

(-) CPV

= Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais C/Vendas

(-) Gerais e Administrativas

= EBITDA ou LUCRO APURADO AJUSTADO

(-) Depreciação/Amortização/Exaustão

(-) Despesas Financeiras

(+) Receitas Financeiras

= Lucro Antes do IR e CS

(-) Provisão para IR e CS

= LUCRO LIQUIDO

 

O EBITDA concentra informação no operacional e na capacidade da empresa em gerar caixa, esta é a principal razão para a exclusão destas despesas e receitas que passamos a descrever, embora sejam, muitas vezes inevitáveis ao fomento da atividade.

 

• DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO OU EXAUSTÃO – A desconsideração da depreciação, exaustão ou amortização no cálculo do EBITDA, deve-se ao fato destas não representarem desembolso (saídas de caixa). Em termo de raciocínio financeiro, representam uma reintegração ao resultado de valores anteriormente desembolsados.

 

• DESPESAS FINANCEIRAS – A exclusão das despesas financeiras decorre do fato destas não fazerem parte do ciclo operacional do negócio (exceto para as instituições financeiras) ou seja, não são ligados ao seu objeto, não é relevante preocupar-se com a forma como as atividades foram financiadas e sim com o desempenho operacional.

 

• RECEITAS FINANCEIRAS – Não possuem vinculo com a atividade principal, não são resultantes de operações usuais da empresa.

 

• IMPOSTOS SOBRE O LUCRO – O IRPJ e a CSLL são excluídos também do cálculo do EBITDA, por serem influenciados por outros itens não operacionais.

BALANÇO SOCIAL – BS

Tem o objetivo de demonstrar resultado da interação da empresa com o ambiente em que está inserida, servindo de instrumento estratégico para avaliar e divulgar o exercício da responsabilidade social corporativo. Sendo atribuído nos balanços: Ambiental: Preservação do ambiente; Recursos humanos: perfil e contribuição da força de trabalho com o desenvolvimento da comunidade; Demonstração do valor adicionado: evidencia a riqueza e a destinação dada pela empresa; e contribuições á sociedade.

Princípios: Onde á relevância pelas informações geradas; veracidade e confiabilidade das informações e clareza para o público em geral; compatibilidade com períodos anteriores e da concorrência; regularidade nas informações e verificabilidade através de auditoria.

INDICADORES ECONÔMICOS-FINANCEIROS: Avalia a capacidade em termos de segurança, liquidez e rentabilidade.

ÍNDICES: Estrutura: avaliam a segurança de capitais alheios; Liquidez: posição financeira da empresa, em termos de capacidade de pagamento; rentabilidade da capacidade de gerar lucro; prazos médios da política de compras, estoque e vendas.

ÍNDICE DE ESTRUTURA PATRIMONIAL que avaliam a segurança onde quanto menor melhor. Através da relação entre fornecedores de recursos (RFR), que estabelece a relação percentual entre os recursos de terceiros (PC + PNC) e os recursos próprios (PL) aplicados na empresa. PC+PNC/PL X 100; Endividamento geral (EG) que estabelece a relação percentual entre os recursos de terceiros (PC + PNC) e os recursos totais (Ativo) aplicados na empresa. PC+PNC/ATIVO X 100; Composição das exigibilidades (CE) que compara o montante de dívidas no curto prazo com o endividamento total. PC/PC+PNC X 100; e Imobilização do patrimônio líquido (IPL) quando do Ativo Permanente é financiado pelo seu patrimônio líquido, evidencia, dependência dos recursos de terceiros. PERMANENTE(INV+IMOB+INTANG) /PLX100;

Os índices de liquidez avaliam a capacidade financeira para suprir os compromissos. É quanto a empresa dispõe de bens e direitos em relação ás obrigações. LC liquidez corrente, que indica quanto a empresa poderá dispor em recursos de curto prazo para pagar dividas circulantes AC/PC; LS liquidez seca, quanto poderá dispor de recursos circulantes, sem vender estoque, para cumprir obrigações de curto prazo AC-ESTOQUE/PC; LG liquidez geral, indica quanto a empresa poderá dispor de recursos circulantes e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos AC+ARLP/PC+PNC. Nos índices: Quanto maior melhor.

ÍNDICE DE RENTABILIDADE avalia o desempenho final da empresa. É o reflexo da política e das decisões adotadas pelos administradores, onde o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro antigo. QUANTO MAIOR MELHOR.

RPL é o índice de rentabilidade do patrimônio líquido que mede a remuneração dos capitais próprios. Importante para o investidor. LUCRO LÍQUIDO/PATRIMÔNIO LÍQUIDO X 100;

MOL é a margem operacional líquida LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO/RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA X 100;

ML é a margem líquida de lucro que reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade de venda LUCRO LÍQUIDO/RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA X 100;

RA é a rotação do ativo RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA/ATIVO TOTAL X 100;

RI que é a rentabilidade dos investimentos que evidencia o potencial de geração de lucros, onde o tempo de retorno dos capitais totais LUCRO LÍQUIDO/ATIVO TOTAL X 100.

INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS indicam a dinâmica de algumas verbas do patrimônio, quantos dias eles levam para girar (rotação). Devendo ser analisados em conjunto.

PMC (PRAZO MÉDIO DE COMPRAS)- Exprime o prazo obtido dos fornecedores para pagamentos das compras de matérias-primas e/ou mercadorias FORNECEDORES (CURTO E LONGO PRAZO) / MONTANTE DE COMPRAS X 360, utilizar a média de conta fornecedores. Podendo ser estipulado: MC=CPV+ESTOQUE FINAL – ESTOQUE INICIAL.

PME (PRAZO MÉDIO DE ESTOQUES)- Exprime o número de dias, em média, em que os estoques são renovados ou vendidos. Ele utiliza a média da conta estoques para comparar com o custo dos produtos vendidos. ESTOQUES/CPV X 360.

PMR (PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO)- Onde as vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre venda e recebimento. Utiliza a média da conta clientes para comparar com as vendas. (Receita Operacional Bruta – ROB) CLIENTES(CURTO E LONGO PRAZO)/RECEITA OP. BRUTA – DEVOLUÇÕES X 360.

CO (CICLO OPERACIONAL)- Que é o tempo decorrido entre a aquisição de matérias primas ou mercadorias e o recebimento das vendas. PME + PMR

0 dias PME 85 dias PMR 111 dias    
Compra

85 dias

26 dias

  120 dias

30-60 dias

90 dias

  PME+PMR
  Vende     85+26=111 dias
Recebe

 

ANÁLISE VERTICAL mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações financeiras em relação ao somatório de seu grupo. Importante para demonstração de resultado do exercício, porque possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando as que influenciam na formação do lucro ou prejuízo.

ANÁLISE HORIZONTAL mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações financeiras em relação á mais de 1 período. Ele possibilita um visão de tendência dos resultados, o que facilita ao gestor a realizar acertos e correções, bem como buscar a melhores prática para um determinado item.

OS GRUPOS DE CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

1. Receitas de vendas: receita bruta das vendas e serviços:

2. Deduções de impostos das vendas: Vendas canceladas, abatimentos, Impostos: ISS (Imposto sobre serviços), ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias), IVVC (imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos), PIS (sobre faturamento) e COFINS (Contribuição social sobre o faturamento). Resultando em receita líquida de vendas.

3. Deduções de Custos dos produtos ou serviços vendidos: Indústria – CPV Custo dos produtos vendidos; Comércio – CMV Custo das mercadorias vendidas; Serviços – CSP Custo de serviços prestados.

4. Resultando no Lucro bruto.

5. Despesas Operacionais: Administrativas: honorários de administração, salários e encargo do pessoal, despesas legais, material de escritório, etc. Vendas: Pessoal, marketing, comissões, propaganda e publicidade, PDD, etc. Encargos financeiros líquidos: Receitas e despesas financeiras, juros, descontos, correção, etc.

6. Outras receitas e despesas Operacionais: São oriundas das atividades acessórias do objeto da empresa. São vendas esporádicas; dividendos e rendimentos de outros investimentos e resultados da equivalência patrimonial.

7. Resultado antes da provisão de Imposto de renda e contribuição social.

8. Provisão para o imposto de renda: Base no lucro real. LALUR que é o livro de apuração do lucro real, regido por lei. Provisão para a contribuição social e Participações, que são destinados aos proprietários de debêntures, empregados, instituições como previdência e fundos.

9. Resultados após os tributos sobe o lucro.

10. Operações descontinuadas: São as médias do resultado líquido das operações descontinuadas e dos tributos sobre operações descontinuadas.

11. Resultado líquido das operações descontinuadas após tributos.

12. RESULTADO: É a soma do resultado após os tributos sobre o lucro e resultado líquido das operações descontinuadas após tributos resultando em resultado líquido do período.

13. DESTINAÇÃO DO RESULTADO: Resultado acumulado de exercícios anteriores somados ao resultado líquido do exercício resultando em distribuição para fora da empresa, retendo para reservas de lucros para abater de prejuízos acumulados.

EXERCÍCIO SOCIAL E CICLO OPERACIONAL

O exercício social é o período fixado em lei (art. 175 L 6.404/76) ao qual a empresa deve elaborar demonstrações contábeis. O qual geralmente tem duração de doze meses, porém nas empresas que tiverem o ciclo operacional superior a um exercício. a classificação dos ativos e passivos no circulante ou não circulante poderá ter por base esse ciclo, o qual é o intervalo de tempo entre a aplicação de recursos na produção dos bens ou serviços e o recebimento do numerário pela entrega destes.

CONTAS RETIFICADORAS: Diminuem o saldo da conta retificada, com natureza contrária da conta ratificada, exercendo no ativo circulante dando provisão para devedores duvidosos (PDD), no ativo não circulante na depreciação, amortização e exaustão acumuladas e no patrimônio líquido no capital a realizar e ações da tesouraria.

 

 

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

Disponível Salários
Aplicações financeiras Impostos a recolher
Valores a receber – curto prazo Contas a pagar
Provisão para devedores Fornecedores
Estoques

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Despesas antecipadas

Financiamento – longo prazo

Ativo não circulante

Ativo realizável a longo prazo

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Valores a receber – longo prazo Capital social
Investimentos – Imobilizado Capital a realizar
Depreciação Ações em tesouraria
Intangível Reserva de lucros
Amortização Prejuízos acumulados
Exaustão aculumada  

DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Conforme a Lei de Demonstrativos legais – L 6.404/76. São desenvolvidos através de:

BALANÇO PATRIMÔNIAL: O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira da empresa em um momento (retrato), com a possibilidade de alterar informações no futuro. Método das partidas dobradas, onde toda origem de recurso deverá ter uma aplicação de recursos. (Para onde vão e de onde vêm os recursos – Aplicações x Origens).

Fornece dados estáticos, onde sua estrutura se apresentará diferente após o encerramento. Ele compõem-se em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Equação patrimonial: A = P +PL

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMÔNIAL, onde ativo é a aplicação de recursos e passivo é a origem de recursos.

ATIVO (BENS + DIREITOS)

PASSIVO (OBRIGAÇÕES)

Ativo Circulante

Passivo Circulante

CAPITAL DE TERCEIROS

Ativo não circulante

Passivo não circulante

Realizável: Longo prazo

Investimentos

Imobilizado

Patrimônio Líquido

Intangível

CAPITAL PRÓPRIO

 

ATIVO

São bens e/ou direitos da empresa, sendo tangíveis ou intangíveis, móveis ou imóveis, é aquilo que a empresa efetivamente tenha controle, devendo o ativo ter valor objetivo sendo avaliado em dinheiro e trazer benefícios presentes ou futuros. ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Ativo Circulante: Contas de liquidez imediata, curto prazo. Sendo divididos em: ativos disponíveis, aplicações financeiras, valores a receber a custo prazo, estoques e despesas antecipadas.

Ativo Não-Circulante: São todos os bens e direitos da empresa, recebíveis no longo prazo. Sendo eles: realizável á longo prazo ás quais tem intenção de transformar em recursos financeiros (mais de um ano); investimentos que não tem relação com a atividade operacional da empresa, mas sempre que o Patrimônio Liquido sofrer alterações, o total de investimento também sofrerá; imobilizado os quais tem objetivo a atividade operacional da empresa, reduzindo, se existir, a depreciação que é representada pela perda de valor por uso ou obsolência; e intangível que são imateriais, podendo sofrer amortização que é a recuperação do capital aplicado ou despesas para formação no resultadob.

PERMANENTE: Tudo o que a empresa tende a manter em continuidade. Onde, os investimentos são participações permanentes não destinados á manutenção da atividade da empresa, como ações e participações, imóveis para aluguel, etc. Imobilizado, por sua vez, são bens corpóreos necessários á manutenção das atividades da empresa, como imóveis de uso, máquinas e equipamentos, instalações, veículos, etc. Intangível: direitos sobre bens incorpóreos necessários á manutenção das atividades da empresa. Como marcas e patentes, direitos sobre software, direitos sobre recursos naturais, fundo de comércio, etc.

PASSIVO: São as obrigações ou dívidas com terceiros, tais como, contas a pagar, fornecedores e empréstimos. São as fontes de recursos, provenientes de terceiros (dívidas) ou dos sócios, aporte de capital ou de lucro gerado pela empresa.

PASSIVO CIRCULANTE: São obrigações á curto prazo da empresa. Como contas á pagar, fornecedores, impostos a recolher, etc.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE: São obrigações cujo vencimento ocorrerá após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço, como financiamentos de longo prazo.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL): São volumes dos recursos próprios da empresa, pertencentes a seus acionistas ou sócios, como capital social, reservas de lucros e prejuízos acumulados.

REGIME FINANCEIRO OU DE CAIXA

Ele é obtido pela demonstração do fluxo de caixa, como exemplo Receitas recebidas no mês subtraídas das despesas do mês resultando no lucro financeiro, que será um acréscimo de caixa. São identificadas pelo desembolso. Receita – Despesas à Recebida – Paga à 100 – 30 = 70 (Lucro Financeiro).

REGIME ECONÔMICO OU DE COMPETÊNCIA

São as receitas que ainda não foram recebidas, assim como receitas que ainda não foram pagas, resultando em uma apuração do resultado econômico. Receita (Obtida, ganha, gerada) – Despesas (consumida ou incorrida) à 180 – 80 = 100 (Lucro econômico). São recebimentos futuros, como exemplo as vendas a prazo.

Neste regime temos a depreciação, que não demanda desembolso mas sabe-se de sua necessidade para o futuro.

PATRIMÔNIO é a soma dos bens e direito subtraídos das obrigações.

Contabilidade para Executivos

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

Linguagem do mundo dos negócios; termômetro do mercado; exigência legal; informações atualizadas (estoque, custos, rentabilidade, lucro, etc); comunicação com o mercado. Ela forma um sistema de informações e avaliação em forma de demonstrações e análises econômicas, financeiras e de produtividade.

FUNÇÃO DA CONTABILIDADE

Deve ser simples e clara, que dê uma idéia exata das condições da empresa, dando meio de direção, constituindo uma analise sobre a posição e rumo do negócio.

Ela surgiu por volta do século XIII na Itália na obra de Frei Luca Pacioli; através do tratado de matemática, com uma seção sobre registros contábeis segundo o método das partilhas dobradas. Com ascensão após a crise de 1929, a escola americana inicia o fortalecimento da contabilidade.

No Brasil ocorreu o avanço após a Lei 6.404/76, que estabeleceu normas contábeis comerciais e fiscais.

Conceito: Ciência que estuda, registra e controla o patrimônio, servindo de instrumento para direção de decisões. A contabilidade gera relatórios para demonstrar a mensuração monetária. O governo utiliza-a para arrecadar impostos. Usuários Internos são as empresas e as pessoas da empresa; usuários externos são os investidores, fornecedores, clientes e instituições.

Os fatos administrativos, ou seja, investimentos, estoque, compras, vendas e recebimentos; são identificados pela contabilidade, através de regras e procedimentos, são registrados em um livro contábil chamado diário, possibilitando a verificação e auditoria. Neste livro há a possibilidade de se emitir um outro relatório contendo pequenas partes das informações, chamado razão.

RECEITAS (Venda de bens ou serviços): Á vista, aumenta caixa; á prazo, aumenta duplicatas a receber. LUCRO. DESPESAS (Sacrifício de ativos para obter a receita): Á vista, diminui caixa; á prazo, aumenta duplicatas a pagar. PREJUÍZO.

Demonstração do resultado do exercício – DRE

O objetivo do DRE é organizar as informações sobre o lucro ou prejuízo, capacitando a avaliação quanto a atuação da empresa e sua operação futura. Onde teremos os fatos que a empresa dará continuidade e fatos que não mais irão se repetir. Esta operação descontinuada ou será baixado ou vendido.

FREE CASH FLOW

Também chamado de Fluxo de caixa livre da empresa. Sem este a empresa não tem valor. A análise do Free cash flow é a essência da analise da empresa. É o fluxo de caixa que serve para remunerar os fornecedores de capital (bancos, mercado e acionistas).

É composto pela soma dos Fluxos de entrada, descontados todos os fluxos de saída, os investimentos em ativos, em capital circulante, impostos e imposto de renda. A resultante é o próprio Free cash flow.

CICLO OPERACIONAL OU DE PRODUÇÃO DA EMPRESA

Ele inicia-se a partir do momento da entrada da matéria prima no estoque até os recebimentos dos valores vendidos do produto acabado. O ciclo operacional é composto de 5 marcos e de 4 períodos.

MARCOS DO CICLO OPERACIONAL OU DE PRODUÇÃO

Aquisição1 da matéria prima no estoque; Inicio da fabricação2; Fim da fabricação3; Venda4 de produto acabado ou saída do estoque; Recebimento da venda5.Inicia-se com evento operacional e encerra com ciclo operacional.

CICLO FINANCEIRO DE CAIXA

Inicia-se no momento que se realiza o pagamento da matéria prima. Caso o pagamento seja a vista, o ciclo inicia-se com a produção do produto. Ele encerra juntamente com o fim do ciclo operacional. Se for a vista, os ciclos operacionais e financeiros são os mesmos. No caso normal, inicia-se com ciclo operacional e termina no ciclo financeiro. A diferença é o ciclo operacional é o prazo médio de pagamento da matéria prima.

CICLO ECONÔMICO

Apenas movimenta fisicamente o produto, ele sempre se inicia com o ciclo operacional. E encerra com a saída física do produto acabado do estoque (venda). A diferença entre o ciclo operacional é o prazo médio do recebimento das vendas.

Caso seja a vista o pagamento de matéria prima e de recebimento, então todos serão idênticos quanto ao inicio e o seu fim.

MATERIA-PRIMA FABRICAÇÃO PRODUTO PRONTO FATURAMENTO RECEBIMENTO

prazo médio estocagem da materia prima

Pagamento Materia Fabricação

Venda

 

CICLO OPERACIONAL

 
 

CICLO FINANCEIRO – CAIXA

CICLO ECONOMICO

   

 

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO OU CIRCULANTE

É necessário para comprar estoque de matéria prima ou produtos a serem comercializados. Serve também para financiar o cliente até o recebimento das vendas; Fornece um caixa mínimo operacional para manter as despesas variáveis incertas e novamente se compõe em um novo montante reservado para investimentos em matéria prima, compondo o Capital de Giro.

Livro: A cauda longa, autor: Chris Anderson.

Livro: Free, autor: Chris Anderson.

NCG = Estoque + CR + CMO – CP

NCG= Necessidade de Capital de Giro.

CR= Contas á receber.

CMO= Custo médio operacional.

REGRAS DE MODELAGEM DO INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO

Primeiramente, faz-se a estimativa1 as necessidades de capital de giro de data a data. Tratando-se de projeto2 deve-se forçar a necessidade de capital de giro na última data ser igual a zero. Se não houver3 necessidade de capital de giro prevista para a data zero, antecipa-se a necessidade de capital de giro da data 1. ICG=NCG-NCG-14. ∑ICG = 05.

 

0

1

2

3

4

Necessidade CCL

0

 12

13,5

8

0

Investimento CCL

-12

0

-1,5

5,5

8

 

Ex.: Na ultima data deve formar a necessidade ser 0. Antecipar a necessidade da data 1. O investimento será igual a necessidade anterior menos a data zero.

 

0

1

2

3

4

5

Ncg

15

25

17

38

11

Ncg

15

0

Icg

.0-15= -15

.15-15= 0

.15-25= -10

.25-17= 8

.17-38= -21

.38-0= 38

 

Ex.2.: A ultima data deve formar a necessidade de 0. Não há necessidade de antecipar a data 1. O investimento será igual a necessidade anterior menos a data presente.

 

0

1

2

3

4

5

6

TOTAL

Ncg

13

8

17

50

21

15

7

Ncg – forçada

0

Icg

13

Icg

.13-8=5

.8-17=-9

.17-50=-33

.50-21=29

.21-15=6

.15-0=15

13

TIPOS DE ATIVOS MANTIDOS PELAS EMPRESAS

Os Ativos reais (tangíveis: maquinas, e intangíveis: software*, imagem, marca) são utilizados para a geração de riqueza, já os ativos financeiros = CONFIANÇA (títulos da dívida ou obrigações e títulos de propriedade ou ações), são contratos (pedaços de papel), ou seja, promessas de que, se houver lucro, parte deste será distribuído ao acionista, e estes serão utilizados para captação de recursos.

MODELO DE FUNCIONAMENTO DA EMPRESA

A empresa, inicialmente lança ativos financeiros1, captando recursos2, e com estes, passando a investir3 os recursos em ativos reais, e gerando riqueza4 através disto, distribuindo, ao final a riqueza para os ativos financeiros5.

CAPITAL PRÓPRIO

O principal não é devolvido. Remuneração (dividendos) condicionada a resultados positivos; o investimento é para sempre; não há garantias de qualquer espécie; não há prioridade no recebimento em caso de falência.

CAPITAL DE TERCEIROS

O principal é devolvido em data acordada; onde a remuneração (juros) independente de resultados positivos, onde o investidor opera por prazo limitado, momento em que a empresa realiza garantias ao investidor, ele possui, neste caso, prioridade de recebimento em caso de falência.

CUSTO E ESTRUTURA DE CAPITAL

EMPRESA

INVESTIDOR

RISCO

CUSTO

RISCO

CUSTO

CAPITAL PRÓPRIO

baixo

ALTO

ALTO

ALTO

CAPITAL DE TERCEIROS

ALTO

baixo

baixo

baixo

 

CMPC = D / D + S X Kd   +  S / D+ S X Ks

CMPC = Custo média ponderada de capital

D = Volume de capital de terceitos

D + S = Capital Total

Kd = Custo de capital de terceiros

Ks= Custo de capital próprio

Ex.: Qual a TMA que uma empresa deve utilizar para avaliar os seus projetos? A empresa possui um Kd = 19% a.m e um Ks = 24% a.a. Seu índice de endividamento D/S = 0,25

D/ D + s = 1 / 5  e  S  / D + s = 4 / 5

TMA = CMPC = 1 / 5 x 18 % a.a. + 1 / 5 x 24 %

F reg  18   ENTER   0,2    ∑+  24    ENTER   0,8   ∑+    g   xw   =  TMA  22,80% a.a.

 

MODELO CAPM

Ks = Rf + β (Rm – Rf)

Ks = Custo de capital próprio.

Rf = Renda Fixa (selic)

β = Medida de risco sistemático de ação da empresa

Rm = Retorno esperado do índice de mercado (IBOVESPA)

O Índice de mercado é sempre 1.

Ex.: O custo de capital próprio de uma empresa cujo β de suas ações é 20% superior ao β do índice de mercado, cujo retorno esperado é de 30% a.a. Considerando uma Selic de 11,50% a.a.

K = 11,5% + 1,2 (30 – 11,5) = 11,5 + 1,2 x 18,5 = 33,70 % a.a.

CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS

KD = rD (1 – t)

KD= Custo de capital de terceiros.

rD= Taxa média temporada das obrigações lançadas pela empresa.

t = Alíquota do IR ao qual a empresa está submetida.

EX.: O Custo de capital de terceiros de uma empresa que lançou 2 debêntures e um empréstimo nos valores de R$ 2 mi, R$ 4 mi e R$ 7 mi. Com taxas respectivas de 21% a.a., 19% a.a. e 17% a.a. Considerando uma alíquota de IR de 30%.

Solução:

Rd = 21% x 2m + 19% x 4m + 17% x 7m / 2m + 4m + 7m= 42 + 76 + 119 / 13 = 18,23

Kd = 18,23% x (1 – 0,3) = 12,76% a.a.

EXEMPLO COM AS FORMULAS DE CUSTO DE CAPITAL

Ex.: Uma empresa deseja determinar a TMA para calcular o VPL dos seus projetos. Os títulos públicos estão pagando 11,50% a.a. As ações da empresa possuem um beta que é 80% do beta do índice de mercado. Cujo retorno esperado é de 28% a.a. A empresa lançou 2 debêntures nos valores de R$ 3mi e R$ 7 mi com taxas respectivas de 15% a.a. e 18% a.a. A empresa possui R$ 30 mi de capital próprio e está submetida a uma alíquota de IR de 33%, enquanto luta para voltar a ter lucro.

D = 10

T689S 1= 30

D / d+S = ¼ S/D+S = ¾

Ks= 11,50 + 0,8 (28-11,50) = 11,50 + 0,8 X 16,50

Ks= 24,70% a.a.

Rd = 17,10

Kd = Rd = 17,10

TMA = CMPC = ¼ X 17,1 + ¾ X 24,7 = 22,80 % a.a.

MODELO DE GORDON

Pjusto = D1 / Ks – G

Preço justo é igual ao primeiro dividendo previsto naquele momento, dividido pelo custo de capital próprio (taxa de retorno exigida pelos acionistas para manterem as ações) subtraído pela taxa de crescimento dos dividendos.

Ks = Renda fixa + Prêmio de risco.

Ex.: O preço justo de uma ação para a qual se espera o próximo dividendo no valor de R$ 0,83, sendo o seu custo de capital próprio de 25% a.a. para uma previsão de crescimento de dividendos de 5% a.a. Será de R$ 4,15. (P= 0,89/ 0,25 – 0,05)

Ex.: O Prêmio de risco usado pelo mercado em uma ação cujo primeiro dividendo está previsto ser R$ 2,00, sendo seu preço de mercado igual á R$ 20,00. Tendo em vista uma taxa de crescimento de 6% a.a. Com uma Selic de 11,50% a.a. e o mercado operando no preço justo. (20=  D/ 0,115 x 0,6 = D/ 0,49 = 9,7)

Pjusto = D1 / Ks – g     Pm = Pj

Pm = D1 / Ks – g         Ks-g = D1 /Pm

Ks = D1/Pm + g = Rf + Pr

Pr = D1 / Pm + g – Rf = 2/ 20 + 0,06 – 0,115 = 0,1 + 0,16 – 0,115 = 0,045 = 4,5% a.a.

VALOR PRESENTE LÍQUIDO

É uma medida de criação de riqueza. Valor presente do ativo subtraído do valor presente do investimento. Considerando o Risco, o Retorno e o Preço.

1. Definição: VPL (TMA) = (VP de todos os Fc após Io –Io) Taxa Mínima de Atratividade. Onde VP = valor presente, Fc = fluxo de caixa, Io = Investimento Inicial.

2. Interpretação: VPL é uma medida de criação de riqueza.

3. Utilidade: Serve para avaliar a viabilidade de projetos.

4. Critérios: Se o VPL é > que 0, significa que o projeto rende a TMA e além disto, cria riqueza no valor do VPL. Se o VPL = 0, significa que o projeto rende exatamente a TMA esperada. Agora se o VPL < que 0, significa que o projeto não rende sequer a TMA e, além disso, apresentará destrói riqueza no valor do VPL.

50

50

50

     
     

20

20

     
         

0

           
 

1

2

3

4

5

 
 

100

 

 

 

 

 

 

Ex.: Se a TMA = 20% a.a., então será VPL 20% a.a

PV: 100         1=20; 2=20; 3=50; 4=50; 5=50

f   REG       100   CHS  g  CFo

20 g   CFj   2 g  Nj   50 g   CFj  3  g Nj   20   i   f   NPV = R$ 3,70

VPL para 20% a.a. = R$ 3,70. O projeto é rentável e deve ser aprovado, pois gerará riqueza.

Crescimento: Existem 2 tipos de crescimento, os quais seguem:

  1. 1.     Com VPL > 0 = Sustentável; 2. Com VPL < 0 = Insustentável.

AS VARIÁVEIS A SEREM CONSIDERADAS: Risco é o que o investidor observar, retorno é o que ele deseja, mas depende do preço. E se o retorno compensar, as pessoas correm riscos para obter-lo.